
Por Guilherme Paixão
Data: 8 de setembro de 2025
Mudança simples pode significar contas mais leves, ambientes mais cheios e noites mais vivas
Você se lembra de quando os dias pareciam durar mais? Sair do trabalho ainda com sol no céu, encontrar os amigos num bar ou restaurante e aproveitar a noite sem pressa era rotina durante os anos de vigência do horário de verão. Agora, a medida pode estar prestes a voltar em 2025 — e não se trata apenas de nostalgia: especialistas afirmam que ela pode trazer benefícios concretos para a energia, a economia e até para a vida em sociedade.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) classificou o horário de verão como uma ferramenta recomendável para reduzir a pressão sobre o fornecimento de energia nos próximos anos, especialmente entre 18h e 21h. É nesse período que acontece a chamada “transição”: cresce o consumo residencial, cai a geração solar e aumenta o risco de sobrecarga no sistema. Sem alternativas, o país acaba recorrendo a termelétricas, que são mais caras e poluentes.
“Estamos falando de uma medida simples, eficaz e de baixo custo, cuja postergação só aumenta o risco de apagões e a dependência de soluções mais caras”, avalia Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
Horário de verão impacta no consumo e na vida social

Mas os efeitos vão além da conta de luz. Com mais tempo de claridade no fim da tarde, as pessoas tendem a se sentir mais seguras para circular pelas cidades. Para bares, restaurantes e outros espaços de convivência, isso pode significar mesas mais cheias, faturamento maior e um ambiente mais vibrante.
É o que percebe Marcelo Wazlawick, proprietário do Wazla Burger, em Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha (RS). “Acredito que a volta do horário de verão teria, sim, um impacto positivo no nosso negócio. Com os dias mais longos e claros, as pessoas acabam estendendo mais os programas ao ar livre e saindo de casa mais tarde para aproveitar. Isso naturalmente favorece o movimento no jantar, que é justamente o nosso horário mais forte aqui no Wazla Burger”, afirma.
Para ele, o consumo também tende a mudar. “O ambiente ganha mais vida e o cliente permanece mais tempo. Mais gente aproveita para tomar um chopp, pedir uma caipira ou até mesmo curtir uma água saborizada junto do hambúrguer artesanal. Resumindo: horário de verão pode ser um aliado, porque ajuda a criar esse clima de lazer noturno que combina muito bem com a nossa proposta.”
Em 2023, o governo federal descartou a volta do horário de verão alegando falta de tempo para implementação. Agora, com alertas do ONS e a pressão de entidades como a Abrasel, a decisão precisa sair logo — já que a mudança exige planejamento prévio.
Mais luz natural no fim do dia pode significar não apenas economia de energia, mas também mais encontros, mais lazer e mais vida fora de casa. Afinal, o setor de alimentação fora do lar — bares, restaurantes, cafés e lanchonetes — se fortalece quando as pessoas ocupam as cidades
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