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Empreendedorismo negro ganha força no setor de alimentação fora do lar

Empreendedorismo negro ganha força no setor de alimentação fora do lar
Casa Mojubá fica em uma das regiões mais boêmias de Belo Horizonte. Foto: Divulgação Instagram

Por Guilherme Paixão
Data: 19 de novembro de 2025

Mais de 16 milhões de empreendedores negros movimentam a economia e ampliam a representatividade no país

Mais de 16 milhões de empreendedores negros movimentam a economia brasileira e consolidam sua presença em diferentes setores, entre eles bares e restaurantes. São negócios que resgatam ancestralidade, promovem diversidade e ampliam oportunidades de renda em todas as regiões do país.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 213 milhões de habitantes e 55,5% deles se autodeclaram pretos ou pardos. Esse recorte aparece também no universo de quem escolhe empreender. Um levantamento do Sebrae, realizado no final de 2024 com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), indica que 52,7% das pessoas que têm o próprio negócio são pretas ou pardas. O número corresponde a 16 milhões de empreendedores e representa um crescimento de 22,1% entre 2014 e 2024.

No setor de alimentação fora do lar, cenário estratégico para a economia brasileira, essa presença é ainda mais expressiva. O levantamento aponta que o segundo segmento com mais empreendedores negros é o de alojamento e alimentação — categoria onde bares e restaurantes representam 85% dos negócios.

De acordo com dados da Abrasel, o Brasil soma hoje cerca de 1,5 milhão de estabelecimentos nesse setor. Dentro dele, milhares de empreendedores negros mantêm restaurantes, bares e serviços de catering que movimentam cadeias produtivas inteiras, geram empregos e ampliam a representatividade em espaços de liderança.

Ancestralidade como ponto de partida para empreender

Em Belo Horizonte, a Casa Mojubá é um exemplo de negócio que alia gastronomia e identidade. Fundada por Janine Gonçalves e Thalita Mariana, a casa resgata a culinária mineira familiar e valoriza a ancestralidade negra em um dos bairros mais boêmios da cidade. O desejo de criar um espaço que colocasse em evidência a gastronomia afro-mineira motivou Janine a empreender no setor de alimentação fora do lar.

“Construí meu caminho aprendendo na prática: cozinhando, servindo, ouvindo o público e entendendo que cada prato é também uma narrativa. O Mojubá surgiu desse encontro entre memória afetiva, identidade e a vontade de criar um espaço diferente, onde a gastronomia negra é tratada com respeito e visibilidade”, conta.

Para Janine, incentivar pessoas negras a empreender significa ampliar horizontes culturais e econômicos. “Incentivar pessoas pretas a empreender é urgente, porque não se trata só de abrir negócios — trata-se de redistribuir oportunidades, fortalecer territórios e romper desigualdades históricas. No setor de alimentação, isso significa valorizar saberes ancestrais, ampliar narrativas e permitir que a culinária preta ocupe o lugar de destaque que merece. No empreendedorismo como um todo, significa gerar renda, autonomia e referências para que outras pessoas pretas se enxerguem como protagonistas”.

Thalita Mariana reforça que empreender exige acesso a ferramentas e apoio estruturado. “Eu, enquanto empreendedora, percebo pelo menos quatro caminhos: é essencial garantir acesso real a crédito e financiamento, com programas desenhados para quem está começando sem capital. Também precisamos de capacitação prática, com foco em gestão, finanças e comunicação, apresentada em uma linguagem realmente acessível. As políticas públicas devem reconhecer as desigualdades raciais e criar mecanismos específicos de suporte. Além disso, redes de apoio e de compra entre pessoas pretas fortalecem a circularidade econômica e formam comunidades empreendedoras. Ninguém cresce sozinho e quando criamos rede, criamos potência”.

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Autoconfiança como motor para empreender

A história de José Ferreira, de São Luís (Maranhão), também revela como empreender pode transformar carreiras e abrir novos caminhos. Antes da pandemia, ele trabalhava na área de turismo, mas depois de participar de cursos de gastronomia decidiu investir no próprio negócio. Foi assim que nasceu o Negro BBQ, especializado em “churrasco raiz”.

“Em um desses cursos, conheci uma comunidade de churrasqueiros e comecei a pesquisar mais sobre o ramo. Alguns amigos tinham hamburguerias e restaurantes fixos, mas quando veio a pandemia, muitos fecharam. Eu segui com o buffet, fazendo eventos. Trabalho toda semana, de quinta a domingo, e, graças a Deus, sempre tem serviço. Não quis abrir um ponto fixo justamente para ter liberdade e não ficar limitado a um local”, explica.

José lembra que um dos maiores desafios foi reunir capital para estruturar a empresa. A solução veio com organização e reinvestimento contínuo. Hoje, a maioria dos colaboradores do Negro BBQ é negra, postura que ele considera essencial. “A maioria das pessoas que trabalham comigo também é negra e eu sempre incentivo o pessoal a fazer o mesmo que fiz, que é investir no próprio negócio, acreditar no seu potencial e seguir em frente. É assim que a gente cresce”.

Ele reforça a importância de estimular o empreendedorismo entre pessoas negras: “É fundamental estimular o empreendedorismo negro. As pessoas negras precisam ter mais espaço, seja no setor da alimentação ou qualquer outro ramo que escolherem trabalhar”.

Ocupação de espaços e construção de referências

Mais de 16 milhões de empreendedores negros movimentam a economia brasileira e consolidam sua presença em diferentes setores. Foto: Pexels

Em Florianópolis, Prince — empreendedora e coordenadora do Núcleo Abrasel no Morro da Mariquinha — explica que pessoas negras sempre encontraram caminhos para empreender, muitas vezes movidas pela necessidade de sustentar a família. Mas, por muito tempo, oportunidades, crédito e reconhecimento demoraram a chegar.

“Precisamos nos enxergar enquanto empresários, empresárias, empreendedores e empreendedoras, para que possamos realmente fazer diferença no nosso mundo, na nossa comunidade e na sociedade. As pessoas precisam ver pessoas pretas liderando, tomando decisões, assumindo o controle dos seus próprios negócios, fazendo a gestão das suas empresas e exercendo protagonismo”, afirma.

Prince é proprietária da Ajeum Vital — Alimentação Afro-Artesanal e empreende há cinco anos. A motivação inicial foi oferecer uma alimentação melhor ao filho, hoje com onze anos. O processo exigiu uma mudança profunda de mentalidade. “É um processo de desconstrução e reconstrução da autoestima. Pessoas pretas sempre foram levadas a achar que seus cargos de trabalho serão sempre subalternos, mas não somos incentivados a entender que podemos, sim, ocupar espaços de protagonismo nos negócios e espaços de liderança”.

Para ela, ver pessoas negras empreender abre caminhos para outras. “Quando uma pessoa preta se destaca como empreendedora, empresário ou empresária, muitos obstáculos surgem para impedir que ela avance. Mas a gente não pode parar. A nossa presença é extremamente importante para motivar outras pessoas pretas que também querem empreender, mas que muitas vezes se desestimulam e não acreditam em si porque não veem outras como elas nesses espaços de poder, protagonismo e liderança. O nosso papel, enquanto empreendedores e empreendedoras negras, é fundamental para construir novas possibilidades”.

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Autor do post

Guilherme Paixão

Administrator

Jornalista formado pelo Centro Universitário de Belo Horizonte, com experiência em redação, assessoria de imprensa e comunicação digital. Atualmente, integra a equipe da Agência de Notícias da Abrasel.

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